quinta-feira, abril 20

habitar

A clivagem entre o norte industrializado e o sul dependente e endividado, tem vindo a acentuar-se de forma alarmante.

Actualmente existem no planeta, cerca de 5 bilhões de habitantes a viver em condições de pobreza que vivem à margem dos planos sociais e dos benefícios da globalização financeira além de excluídos dos planos oficiais de desenvolvimento arquitectónico e urbanístico, e carenciados de infra-estruturas mínimas de abastecimento de água e saneamento.

Continuamos a assistir ao não cumprimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, nomeadamente no que diz respeito à habitação, referida no artigo 25 como um dos componentes fundamentais.

As carências nos países em vias de desenvolvimento, na actual conjuntura política e económica global são de tal ordem, que se torna impossível aos seus governos sustentar satisfatoriamente as necessidades das suas populações, o que tem provocado todo um fluxo de migrações em desespero de causa que em grande parte resultam apenas em mais marginalidade.

Apesar destes contornos difíceis, verifica-se que são os pobres e marginalizados os principais construtores de habitação própria no mundo, recorrendo a soluções simples e imaginativas com espontaneidade. Os parcos recursos de que dispõe, são aproveitados no seu máximo com grande sentido prático evidenciado na reutilização e reciclagem de excedentes, num sistema de auto-construção em que é fundamental a ajuda de familiares e amigos.